Por que há tantos maus profissionais?
Está cada vez mais escasso o número de bons profissionais no mercado. Com a expansão da informação e o descaso com a qualidade, esse cenário está cada vez mais em destaque. Ter foco e se especializar naquilo que realmente gosta parece um projeto distante e um exemplo disto é de que poucos os que conseguirão ler este artigo até o fim sem ter olhado para alguma notificação no telefone, um email que acabará de receber ou até mesmo se distrair com um assunto qualquer. Ler, entender e refletir parece uma tarefa que somente é possível com auxílio da hipnose. E antes que eu lhe perca, vou rápido explicar o que isso tem a ver com o nosso tema em questão, colocando um título apelativo.
Eu não sei o que eu quero fazer
Quando criança, escutamos muitas vezes aquela pergunta, quase um cliché: O que você quer ser quando crescer? Mas nunca levamos em consideração que talvez os adultos que nos perguntavam isso, mesmo já crescidos, não sabiam o que queriam ser. Talvez buscassem dicas.
E ao longo do tempo, muitas vezes não conseguimos escolher ou até mesmo entender aquilo que somos bons e gostamos de fazer. A frustração nos pega pela mão para dar uma volta. Sem rumo, acabamos por buscar as tendências do mercado para que possamos nos encaixar o mais rápido possível. E antes mesmo de perceber, nós perguntamos às crianças o que elas gostariam de ser quando crescerem.
Fuja das tendências e construa seu próprio caminho
É fácil encontrarmos diversos livros e cursos milagrosos, lhe vendendo a fórmula mágica de como ficar rico ou até tornar-se um milionário. E o conteúdo é sempre vendendo alguma coisa ou te ensinando o comportamento de alguém bem sucedido, se livrando da culpa de que caso você não tenha ficado rico, a culpa é sua por não seguir os passos. Não vou dizer que todos estão errados porque infelizmente não posso generalizar, mas não acredito que um ebook que custa 5 dólares vai te proporcionar uma transformação radical.
O que eu sempre indico é buscar se entender. É tentar encontrar as respostas naquilo que você realmente gosta de fazer. Não faz mal mudar de carreira, mudar de área, contanto que aquilo lhe faça sentido. Fazer o que não gosta pode lhe custar tempo e paciência adicional no fim do mês. Costumo dizer que toda área tem uma brecha no mercado a ser explorada e buscar esse furo é uma tarefa muitas vezes árdua mas quem sabe prolífera.
Mas por que existem muitos maus profissionais no mercado?
Pesquisando mais a fundo sobre o assunto, encontrei diversos artigos que muitas vezes estão devagar sobre o assunto mas encontrei similaridades em muitos deles sobre o porquê de termos muitos maus profissionais nos dias de hoje. Fiz então um resumo do que encontrei das que eu eu penso ser correto afirmar:
Falta de formação e educação: Em alguns casos, os profissionais podem não ter formação e educação suficientes na sua área. Isto pode dever-se a sistemas educativos inadequados ou à falta de acesso a programas de formação de qualidade. Um conhecimento e competências insuficientes podem levar a um desempenho inferior.
Experiência inadequada: A experiência desempenha um papel crucial no desenvolvimento de competências e profissionalismo. Os profissionais que são relativamente novos na sua área ou que têm uma experiência limitada podem ainda estar a aprender e a melhorar as suas competências. É preciso tempo e prática para se tornar proficiente.
Elevada procura e concorrência: Em certos sectores, pode haver uma grande procura de profissionais, o que leva a um maior número de pessoas a entrar na área. Esta concorrência acrescida pode levar a que alguns indivíduos menos qualificados entrem no mercado de trabalho, o que pode levar à percepção de um declínio na qualidade geral.
Ambientes de trabalho em mudança: Os ambientes de trabalho modernos estão a evoluir rapidamente devido aos avanços tecnológicos, às oportunidades de trabalho à distância e à alteração das expectativas. Alguns profissionais podem ter dificuldade em adaptar-se a estas mudanças, levando a um declínio no seu desempenho.
Motivação individual e considerações éticas: Os profissionais podem variar em termos do seu nível de motivação, dedicação e adesão a padrões éticos. Alguns indivíduos podem não ter a motivação para melhorar continuamente as suas competências ou podem envolver-se em comportamentos pouco éticos, o que pode afetar a percepção geral de profissionalismo.
É importante abordar este tópico com nuances e evitar generalizações. Embora possa parecer que existem muitos programadores “maus” atualmente, não é justo rotular toda uma geração ou grupo de programadores como tal. Há alguns factores que podem contribuir para a percepção que mencionou:
Acessibilidade: Com a proliferação da tecnologia e dos recursos de programação, cada vez mais pessoas têm acesso a ferramentas de programação e a materiais educativos. Embora isto seja um desenvolvimento positivo, também significa que indivíduos com diferentes níveis de competência e experiência podem entrar neste domínio. Consequentemente, o nível de competências dos programadores pode parecer mais diversificado.
Procura e oferta: A procura de desenvolvimento de software disparou nos últimos anos, resultando num aumento significativo do número de programadores. Este rápido crescimento pode levar a uma escassez de programadores altamente qualificados, fazendo com que alguns indivíduos menos experientes ou menos proficientes entrem no sector.
Complexidade: O desenvolvimento de software tornou-se cada vez mais complexo com os avanços tecnológicos. Acompanhar as últimas tendências e as melhores práticas exige uma aprendizagem e adaptação contínuas. Alguns programadores podem ter dificuldade em acompanhar as rápidas mudanças e não conseguir cumprir as normas em evolução do sector.
Falta de mentoria e orientação: O domínio da programação é vasto e a auto-aprendizagem tornou-se uma via comum para muitos aspirantes a programadores. Sem uma orientação adequada, os indivíduos podem desenvolver maus hábitos de codificação ou não estar expostos às melhores práticas, o que conduz a competências de programação insuficientes.
Subjetividade: A percepção de “má” programação também pode ser subjetiva. Diferentes indivíduos ou organizações podem ter diferentes padrões e expectativas. O que uma pessoa considera má programação, outra pode considerar aceitável ou mesmo inovador. É importante reconhecer que existem diversos estilos e abordagens de codificação que podem produzir resultados diferentes.
Viés de confirmação: As pessoas tendem a reparar e a recordar as experiências negativas mais vividamente do que as positivas. Isto pode levar a que se dê demasiada importância aos casos de má programação, ignorando o vasto número de programadores competentes e talentosos que existem no sector.
É importante notar que o campo da programação é composto por uma vasta gama de níveis de competências e conhecimentos. Embora possa haver alguns programadores menos competentes, há também muitos programadores excepcionais que contribuem significativamente para a indústria. É importante concentrar-se na promoção da aprendizagem contínua, na partilha de conhecimentos e na promoção de uma comunidade de apoio para ajudar a melhorar a qualidade geral da programação.