Como o mochilão me ajudou na vida profissional
Foram dois longos anos de viagem pela América do Sul, distâncias que pareciam impossíveis percorrer e que foram ficando mais curtas consoante o caminhar e mais prazerosas a cada parada. As histórias estarão para sempre vivas, já as lições de vida coloquei tudo na mochila e hoje vou abrí-la para quem estiver passando por aqui e quiser entender ou talvez refletir sobre como essas lições de uma aventura mochileira podem ajudar na vida profissional.
Ser organizado e prático
Consegue fechar os olhos e imaginar como seria colocar toda a sua vida dentro de uma mochila? Roupas, bens tecnologicos, livros, etc. Todas aquelas coisas que não usamos há tempos parecem tomar uma utilidade essencial repentina. O que fica, o que vai? Vou precisar disso ou não?
Esse início foi muito mais difícil do que eu poderia imaginar. Sempre fui desapegado e minimalista mas mesmo com essa combinação perfeita para um mochileiro, o peso ficou mortal. Digamos que para um cenário apocalíptico eu estaria resguardado. E nessa dificuldade é que vem a primeira lição a ser usada também no mundo profissional: Ser organizado e prático. Muitas vezes temos a dificuldade de organizar nossas tarefas e nosso ambiente de trabalho. Queremos fazer tudo ao mesmo tempo e acabamos por não fazer nada bem. Levamos muito peso para casa, tornando nossa vida pessoal e laboral desarmônica.
Assim sendo para ter uma carga mais leve na mochila, tive que fazer sacrifícios, cortando algumas coisas que não eram tão necessárias e ser prático naquilo que realmente precisava. No ambiente laboral não é diferente, organizar melhor as tarefas e ser mais prático com a resolução de problemas poderá lhe tirar um peso grande das costas.
Pensar melhor e agir mais rápido
Durante a viagem tentei fazer roteiros, montar planos de viagem e criar checklists. Consegui fazer tudo isso mas tive que refazer diversas vezes a cada imprevisto e acredite, foram muitos. Algumas vezes por conta das frustrações e equívocos, não conseguia elaborar um plano de fuga ou um plano b, porém as coisas iam acontecendo e tive que aprender a construir o avião no ar.
Foram por conta desses imprevistos que hoje no mundo laboral eu consigo avaliar as tarefas com maior amplitude, pensar melhor sobre as possibilidades de erros para poder estar mais preparado e agir mais rápido quando baterem à porta.
Encarar desafios com mais afinco
Durante a viagem os meus limites foram testados ao extremo. Nunca pensei em ir tão longe, ou que teria tamanha resistência. Subir o “Camino Inca” em direção ao Machu Pichhu no Peru, numa altura de mais de 4 mil metros acima do nível do mar, com pouquissimo oxigênio. Caminhar por 4 dias sem parar em trilhas muito intensas, abaixo de sol forte na Colômbia com destino final na “Ciudad Perdida”. Ou subir as montanhas enormes de Samaipata na Bolívia.
Todos esses e muitos outros desafios que tive que superar durante a viagem me fizeram refletir e sentir que os desafios podem ser realizados se a vontade de fazer for maior que tudo.
Ter mais empatia e gosto por ajudar
No caminho fui me candidantando a trabalhos voluntários e como efeito conheci pessoas incríveis que mudaram as alíneas da minha vida para sempre. Parte destas mudanças contemplam o ensinar e reverenciar os maestros que fizeram parte do meu percurso como pessoa.
Afortunadamente também ensinei um pouco que sei durante a viagem e como o ensinar é uma estrada de duas vias, aprendi algo que passei a utilizar no trabalho: Ter mais empatia e tomar gosto por ensinar.
Muitas vezes no mundo corporativo entram novas pessoas buscando um espaço, firmando assim aquela posição e a oportunidade que recebeu. Ter a empatia de estender a mão, de conhecer melhor o seu novo colega de trabalho poderá dar frutos num futuro próximo em um trabalho em conjunto. Para além disso (grave isso), quando ensinamos aprendemos em dobro.
Observar, ouvir e aprender
Todos os dias, todas as horas, a todo instante, convivemos com o nosso eu interior. Formamos nossa própria opnião sobre tudo de acordo com as nossas vivências e perspectivas. Em contrapartida o ouvir já é quase como uma virtude.
Conviver, ser mais solidário, encarar desafios e ser prático me trouxeram pessoas incríveis. Aprendi que não sei tudo e que as pessoas à minha volta podem ser extraordinárias se eu simplesmente as quiser ouvir e as compreender.
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